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Cross SWOT: Saiba como transformar um diagnóstico em ações

Olá, caro leitor!

Há um tempo atrás, em um outro artigo neste blog, explicamos sobre Matriz SWOT e sua importância para o planejamento estratégico dos negócios.

Hoje vamos além.

Como havia sido mostrado naquele texto, a matriz SWOT é uma grande ferramenta para que a empresa consiga diagnosticar racionalmente pontos críticos de uma empresa.

Mas passada a necessidade de entender a situação, chega o momento de definir medidas que serão adotadas, afinal, o intuito de analisar o cenário, é justamente, dar precisão e embasamento para tomar decisões que irão melhorar as perspectivas.

É aí que entra a Cross-SWOT, TOWS, ou SWOT cruzada.

É com este plano de ação que é possível criar ideias que ataquem múltiplos pontos do cenário, gerar lucro e eficiência, além de reduzir riscos.

Assim, para começar, é importante lembrar que a cross-SWOT e a matriz SWOT tradicional são complementares, por isso, antes de tratar especificamente da primeira, relembrarei rapidamente os conceitos desta última.

Conceitos básicos de SWOT

Existem 4 elementos que compõe esta análise.

2 deles dizem respeito a fatores internos da empresa, enquanto 2 são externos.

Abordando cada uma delas, temos:

Forças: Características positivas da empresa, que oferecem vantagem competitiva em relação às concorrentes.

Fraquezas: Problemas internos enfrentados pela firma. Fatores negativos que atrapalham a eficiência e rentabilidade da empresa, minam a satisfação do cliente, ou geram algum outro tipo de prejuízo.

Oportunidades: Tendências e acontecimentos externos que podem favorecer a companhia ou abrir novas perspectivas para diferentes abordagens.

 

Ameaças: Questões do cenário externo à empresa que trazem vulnerabilidades para ela e para o seu modelo de negócios, planejamentos e atividades.

 

E de que forma tudo isso se conecta à matriz cross-swot?

 

Estratégia ofensiva: Força x oportunidades

De que forma os pontos fortes de uma empresa podem ajudar a aproveitar as oportunidades que surgem?

De que forma os pontos fortes de uma empresa podem ajudar a aproveitar as oportunidades que surgem?

 

Ou seja, a empresa conseguiu identificar possíveis oportunidades no mercado, tal como reconheceu as suas qualidades. Quais são as formas que ela tem de aplicar essas forças para atacar novas oportunidades, dessa forma, aproveitando-as da melhor maneira possível?

 

Um exemplo hipotético: um restaurante possui um grande espaço disponível, não só para mesas e cadeiras como também para outros recursos. O restaurante percebe que a cada dia, os coquetéis estão se tornando bebidas mais preferíveis pelo público-alvo.

 

Para construir uma vantagem que poucos empreendimentos terão, algo que agregasse valor a experiência do cliente, seria possível utilizar uma parte deste espaço para construir um bar de coquetéis.

 

Ou ainda, ir além, e criar promoções de happy hour específicas para alguns dias e horários, estimulando a vinda dos clientes nestes momentos para aproveitar os coquetéis e assim, aumentar o valor gasto por cada cliente, atrair novos consumidores e elevar o ticket médio.

Estratégia de conforto:
Forças x Ameaças

Utilizar aquilo que a empresa tem de melhor para lidar com as adversidades que podem tornar o negócio vulnerável.

 

Dessa forma, é possível mitigar riscos da forma mais eficaz possível, investindo naquilo que a empresa sabe fazer melhor, cujos retornos costumam ser resultados bem-sucedidos.

 

Por exemplo, uma empresa de tecnologia, mais especificamente, de câmeras fotográficas se via ameaçada pela popularização dos smartphones, que anos depois, reduziram o uso de câmeras para profissionais em geral, enquanto a maior parte do público consumidor passaria a substituir as câmeras pelos smartphones.

 

Em um primeiro plano, muitos poderiam supor que a melhor opção seria a empresa tentar entrar neste mercado, fabricando celulares, ou tentasse concorrer com estes produtos com algo novo e diferente, assumindo um risco.

 

Mas talvez não fosse melhor que a empresa, reconhecida no setor, passasse a atuar não como uma b2c (empresa que vende para o consumidor final), mas como uma fornecedora (b2b), que passaria a vender dispositivos de foto e vídeo para estes novos produtos?

 

A empresa aproveitaria o seu nome consagrado em seu próprio mercado, dando credibilidade aos seus compradores, e paralelamente a isso, conseguiria manter linhas direcionadas a um público mais específico, de fotógrafos e profissionais de mídia em geral.

 

O que possui mais risco, uma empresa que começa do zero em um setor diferente do seu, disputando contra outras que já possuem um certo renome, ou a empresa que se adapta ao novo ambiente sem abrir mão de suas forças já desenvolvidas?

 

Estratégia de reforço:
Fraquezas x oportunidades

Como uma empresa pode impedir que os seus pontos fracos atrapalhem o aproveitamento das oportunidades?

 

É por meio deste tipo de estratégia que se consegue estabelecer medidas eficazes nesse sentido.

 

Voltando a utilizar um restaurante como exemplo…

 

Em um momento em que a localidade de um determinado restaurante passa a ser mais frequentada, ou por algum outro motivo, a demanda aumenta. Logo, o ambiente passa a ficar esgotado, com filas demoradas, seja para sentar-se à mesa, ou para ser atendido, e isso passa a desestimular a vinda de novos clientes.

 

Talvez seja o momento perfeito para expandir. Seja abrindo um novo espaço, otimizando-o de forma a permitir maior público, aumentando a cozinha ou contratando mais funcionários para acelerar os processos.

 

A fila na espera deixa de ser uma fraqueza, e a oportunidade pode ser melhor aproveitada.

 

Estratégia de defesa:

Fraquezas x Ameaças

Ao identificar fraquezas e ameaças, cruzá-las é essencial para entender de que forma a empresa pode agir para definir as prioridades e ações que tornem a empresa menos vulnerável as ameaças ao melhorar as fraquezas.

 

Por exemplo, na iminência de uma crise econômica, quando a restrição orçamentária do consumidor é maior, e portanto, menos cestas de consumo serão possíveis. Uma empresa que produz bens não muito essenciais deve se resguardar contra a queda na demanda.

 

Por isso, a empresa deve tentar renegociar com fornecedores, procurar outras opções, e fazer o possível (não o impossível) para abaixar os custos, sem reduzir o valor agregado e reputação da empresa.

 

Conclusão

Com base nos exemplos mostrados e na explicação, é possível ver que a cross-SWOT é uma técnica um tanto simples de executar, mas que pode ser muito interessante para traçar ações eficazes no contexto de uma empresa.

2 comentários em “Cross SWOT: Saiba como transformar um diagnóstico em ações”

  1. Ótimo artigo me fez entender de maneira simples da onde vem essa ferramenta ( Cross Swot) a partir de que ponto e como ela pode ser aplicada. Obrigada pelo esclarecimento e exemplos, que certamente me ajudarão a fixar o conteúdo.

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